Reunimos nesta lista 4 livros de escritoras clássicas que são imperdíveis para os amantes de uma boa história.
Com essa lista, esperamos enaltecer o trabalho de mulheres que se destacaram em um ambiente majoritariamente masculino e que conseguiram colocar suas ideias no mundo em uma época em que mulheres eram ainda mais desvalorizadas.

1. “Orgulho e Preconceito” de Jane Austen (1813)
No final do século XVIII, uma jovem no interior da Inglaterra resolver ir contra todas as regras pré-estabelecidas e investir em literatura.
Jane Austen é uma escritora clássica que tinha uma mente criativa e irônica, um senso de observação apurado e uma crítica ferrenha.
Isso foi o suficiente para que seus escritos se tornassem obras essenciais para entender a sociedade inglesa de sua época.
Sua obra de maior sucesso é o excelente “Orgulho e Preconceito“.
Foi escrito em 1797 e lançado apenas em 1813. Isso depois de várias revisões, recusas editoriais e uma mudança de nome (a história se chamaria “Primeiras impressões” originalmente).
O livro conta a história de amor conturbada de Elizabeth Bennet e Fitzwilliam Darcy, dois jovens orgulhosos e de mente muito aguçada.
Lizzie e Darcy se odeiam desde o momento em que se conhecem, mas aprendem a passar por cima do preconceito e das primeiras impressões à medida que o romance caminha.

A relação romântica, aliás, não é o maior atrativo da narrativa.
O grande trunfo de Jane Austen sempre esteve em sua ampla observação da sociedade, o que nos proporcionou livros repletos de costumes e críticas aos modos sociais da época.
A importância da autora para a literatura mundial está em escrever comédias de costumes, que ironizavam o comportamento em sociedade e, também, em ser um marco de empoderamento e representação feminina, especialmente em um período tão remoto.
Conheça outras obras de Jane Austen:
- Persuasão (1818)
- Razão e sensibilidade (1808)
- Emma (1815)
- Mansfield Park (1814)
- A Abadia de Northanger (1818)
2. “Jane Eyre” de Charlotte Brontë (1847)
Charlotte era a mais velha das irmãs Brontë e encontrou uma maneira muito delicada de expor a alma feminina no único romance que escreveu: Jane Eyre.
Um dos mais bem escritos livros clássicos nesta lista, a obra prima de Charlotte tem a intenção de mostrar como uma mulher pode ser forte e influente, mesmo em uma sociedade que a cerceia.
O mundo não é bom e não foi generoso com a protagonista desta história.
Jane Eyre é órfã, aprendeu a cuidar de si própria desde muito cedo e acaba por encontrar trabalho como preceptora na casa do rico Sr. Rochester.

Os dois acabam por viver um romance repleto de ressentimento e vemos a protagonista crescer e se transformar, mas mantendo sua essência.
A delicadeza da narrativa de Charlotte e a força da protagonista são os pontos mais altos da narrativa.
O livro da mais velha das Brontë, e uma das mais famosas escritoras clássicas, é literatura imperdível porque reúne a dualidade da alma feminina com uma narrativa cheia de impressões sociais.
Conheça outras obras de Charlotte Brontë:
- Shirley (1849)
- O Professor (1857)
- Villette (1853)
3. “Frankenstein” de Mary Shelley (1818)
Diferente dos livros das outras escritoras clássicas desta lista, a narrativa de Mary Shelley não mostra o cotidiano de uma família ou a vida em sociedade.
Ela, na verdade, se aventurou na ficção científica para escrever um dos livros mais memoráveis da literatura de terror e da literatura mundial.
Em resumo, Franskenstein é fruto de uma aposta da autora com seu marido, P.B. Shelley, e o melhor amigo do casal, Lorde Byron.

Inicialmente, Mary levou a ideia do romance como brincadeira, mas o marido e o amigo a incentivaram a terminar a história.
Como resultado, temos uma narrativa que envolve a natureza humana, repleto de discussões filosóficas e reflexões de caráter sociológico. Nossos protagonistas são um médico, o Dr. Frankenstein, e sua criatura.
O médico é fascinado pela ideia da criação da vida e, num experimento onde considera a eletricidade a origem de tudo, deu luz a um monstro feito de retalhos humanos.
Conheça outras histórias de Mary Shelley:
- O Último Homem (1826)
- Mathilda (1820)
- A Garota Invisível (1833)
4. “O Morro dos Ventos Uivantes” de Emily Brontë (1847)
Obviamente, a irmã mais nova de Charlotte figuraria nesta lista, pois ela é, talvez, a mais bem sucedida filha da Família Brontë e uma das mais importantes escritoras do século XIX.
Emily viveu toda sua curta vida no interior da Inglaterra, com apenas um vilarejo tranquilo, livros e sua imaginação para servir de inspiração.
Mesmo assim, ela conseguiu se destacar dos escritores de sua época por narrar uma história de amor completamente disfuncional, regada a ódio, rancor e sentimentos mal resolvidos.

Lançado em 1847, o mais arrebatador dos livros clássicos desta lista nos traz as figuras tristes e ressentidas de Heathcliff e Cathy.
Ambos são jovens impedidos pelas circunstâncias, e por suas personalidades fortes e difíceis, de viver um romance. Contudo, terminam por odiar um ao outro e sofrer diversas tragédias nessa jornada.
O Morro dos Ventos Uivantes, em suma, é uma obra que retrata o mais vilanesco da alma humana e nos apresenta nas figuras dimensionais, cheias de nuances.
Além deste romance, você também pode ler mais uma obra com criações da autora. O livro “O Vento da Noite” é uma seleção de poemas e está disponível em português.
Conheça mais obras de escritoras clássicas
- Mrs. Dalloway, Virginia Woolf
- A Hora da Estrela, Clarice Lispector
- Ursula, Maria Fermina dos Reis
- As Meninas, Lygia Fagundes Telles
- A Obscena Senhora D, Hilda Hilst
- E não sobrou nenhum, Agatha Christie
- Memorial de Maria Moura, Raquel de Queiroz
- O Feiticeiro de Terramar, Ursula K. Le Guin
- O Conto da Aia, Margareth Atwood
- A Rainha do Ignoto, Emília Freitas
- Eu Sei Porque o Pássaro Canta na Gaiola, Maya Angelou
Por fim, continue acompanhando para mais dicas de escritoras clássicas e leituras!